O bairro do Glicério, na região central, vizinho ao guia Cambuci, está sofrendo de dois problemas crônicos apontados pela população: acúmulo de lixo em várias vias e grande concentração de moradores de rua.
Ao andar pelas vias que cruzam a Rua Clímaco Barbosa, por exemplo, não é difícil se deparar com sacos de lixo na calçada, entulhos e outros resíduos. Na Rua Alexandrino da Silveira Bueno, perto da Escola Estadual Adelina Issa Ashcar, por exemplo, o cenário quase sempre é formado por moradores de rua e acúmulo de lixo.
Na opinião do jornaleiro Gerson Ricciardi, de 75 anos, morador da região há mais de quatro décadas, o processo de deterioração começou no Glicério quando indústrias invadiram o espaço de áreas comumente residenciais a partir dos anos 1960.
“Isso fez com que muitos habitantes se mudassem para outros bairros. O Glicério também começou a ter muitas enchentes, o que piorou ainda mais a situação”, afirmou o jornaleiro.
Atualmente, muitas das antigas casas foram substituídas por cortiços e dividem o espaço com velhos galpões. “Acho que o poder público deveria cuidar com mais carinho do bairro. Fazer a coleta de lixo com mais frequência seria o mínimo necessário, pois a sujeira é constante nas ruas”, afirmou o aposentado Luiz Rodrigues, de 82 anos.
Multas /A Subprefeitura da Sé, responsável pelo Glicério, afirmou que, desde janeiro, foram aplicadas 738 multas, no valor de R$ 12 mil, em razão de lixo e entulho jogados irregularmente nas ruas do bairro. Disse também que a Operação Cata-Bagulho já recolheu 124 toneladas de materiais desde janeiro.
Sobre a situação dos moradores de rua, a Secretaria Municipal de Assistência Social informou que mantém orientadores sociais no Glicério que abordam as pessoas em situação de risco. Albergues e outros locais de acolhimento são oferecidos, mas muitas vezes não são aceitos pelos moradores de rua. Em setembro, houve 893 abordagens e 400 encaminhamentos para locais de atendimento social.
Fonte: Rede Bom Dia