A analista Thaís Rosa, de 35 anos, foi espancada 32 vezes pelo ex-companheiro nos últimos cinco anos. Todas as agressões foram comunicadas à polícia, mas o agressor continua solto. “Não quero que ele seja punido quando eu estiver morta”, apela a vítima.
Thaís trabalha no Ibope, mora em um apartamento no Cambuci e é proprietária de outro imóvel no bairro da Vila Mariana, na Zona Sul de São Paulo. Bonita e resolvida financeiramente, vive há meia década uma rotina de amor e violência. “Nunca precisei dele para nada, mas me sentia dependente de alguma forma. Sonhava em ter uma família perfeita”, revela.
O primeiro encontro entre Thaís e o vigilante Hamylton de Assis Rocha Júnior, de 38 anos, foi em um clube do bairro. Em três meses de namoro, ela estava grávida – o bebê foi planejado. A primeira surra aconteceu no quarto mês de gravidez. “Ele chutou a minha barriga quando tive uma crise de ciúmes.”
Foram inúmeras idas e vindas. Thaís gritava, Hamylton batia, a polícia chegava, o casal se separava e em poucos dias reatava. A história se repetiu por três anos, até os pais da analista intervirem.
O rompimento não cessou as brigas. Separados, continuaram a morar no mesmo bairro e, a cada encontro casual, discutiam e Thaís era espancada.
A agressão mais grave aconteceu no final de 2010, quando a analista diz ter sido arrastada pelo ex, que segurou em seu braço e acelerou o carro. O episódio fez com que Thaís perdesse parte da visão do olho direito.
No último domingo, dia 21, o casal brigou mais uma vez. A analista ficou com diversos machucados pelo corpo. “Preciso de ajuda, não quero morrer.” Por determinação judicial, Hamylton não pode se aproximar de Thaís. Também está proibido de manter contato por telefone ou internet. O vigilante ignora a ordem e liga sempre, diz a vítima.
Hamylton negou ter agredido Thaís. Afirmou ainda que é ela quem o procura e o agride. “Para o homem não tem Lei Maria da Penha? Esses roxos da foto devem ser maquiagem. Ela não é santa”, diz. Ele responde a processo por lesão corporal grave e está em liberdade.
Fonte: Diário de SP