Cerca de 1 mil vigilantes estiveram reunidos na porta da empresa Capital Segurança e Vigilância, no Largo do Cambuci, em São Paulo, das 6h às 13h desta quinta-feira, por conta do atraso no pagamento de salários e benefícios (PLR, vale-alimentação, vale-refeição e vale-transporte). Eles também protestaram contra a suspensão do convênio médico há dois meses, que continuava sendo descontado da folha de pagamento, e do depósito irregular do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
Esta situação já se arrasta desde o final do ano passado, mas se agravou nos últimos três meses. Muitos trabalhadores teriam largado o serviço, por não poderem pagar a condução, e outros estão com medo de serem presos, já que não têm dinheiro para pagar pensão alimentícia.
Estiveram no local funcionários ligados aos Sindicatos dos Vigilantes da cidade São Bernardo, Santo André e Capital. A manhã foi marcada por pequeno tumulto. Em reunião entre as partes, que também contou com a participação de membros da Reseg (Rede de Segurança), diretores declararam que a empresa não tinha dinheiro para pagar as dívidas e não havia previsão para o acerto de contas. Ao serem informados disso, os manifestantes invadiram o local e quebraram vidros, mas foram contidos por policiais militares.
Entretanto, por volta das 12h, a Capital Segurança e Vigilância concordou em liberar R$ 350 mil para realizar os pagamentos ainda hoje. A proposta foi formalizada em ata. Os trabalhadores, entretanto, ainda estão descrentes de que o dinheiro será suficiente para cobrir o rombo e que a promessa se cumpra no prazo estipulado. Há desconfiança que essa fosse apenas uma “desculpa” para que os manifestantes voltassem a seus postos.
Por conta do protesto, muitos vigilantes não foram trabalhar hoje, o que provocou o fechamento de algumas agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, bancos para os quais os vigilantes prestam serviço. Em São Bernardo, algumas das unidades da CEF que estão com as portas fechadas são as das avenidas Álvaro Guimarães, no Planalto, Senador Vergueiro, no Jardim do Mar, e Rudge Ramos, no Rudge, e da Praça Giovani Breda, no Assunção. Também há registros de paralisação dos serviços em Santo André e Diadema.
Os vigilantes já afirmaram que não irão retornar ao trabalho hoje e que continuarão de braços cruzados até que o dinheiro caía na conta deles. Caso isso não ocorra ainda nesta quinta, os trabalhadores prometem fazer uma paralisação ainda maior amanhã, na porta da empresa, com carros de som. Funcionários do Interior de São Paulo podem aderir à paralisação já que a empresa tem atuação em todo o Estado.
O Sindicato dos Bancários do ABC manifestou apoio aos vigilantes e garantiu que irá fiscalizar as agências hoje para que nenhuma delas abra sem a presença dos seguranças, o que é proibido por lei.
Fonte: Rede Bom Dia