A alta nos aluguéis em São Paulo somada à maior oferta de crédito imobiliário têm feito diminuir o número de locatários e aumentar o índice de proprietários na cidade. De acordo com uma pesquisa da imobiliária e administradora Lello, feita com mais de 1,5 mil pessoas, um em cada quatro inquilinos da capital que devolveram as chaves da unidade aos locadores conseguiu comprar a casa própria. Para quem ainda não conseguiu fazer a aquisição, os melhores preços estão na Zona Leste. Em São Miguel Paulista, por exemplo, o valor do metro quadrado está R$ 2.791.
“A ausência de infraestrutura no transporte faz com que as pessoas queiram ir para perto do trabalho. E o aumento na renda da população viabiliza isso. Por questões de segurança e infraestrutura de lazer, a procura por apartamentos tem sido muito maior do que por casas”, afirma o diretor financeiro da construtora Eztec, Antônio Emílio Clemente Fugazza.
Para o executivo, o mercado imobiliário deve continuar aquecido pelos próximos dez anos. “A demanda vai continuar forte e os preços dos imóveis não vão parar de subir”, afirma. “Não vamos ter picos de valorização, como tivemos há dois anos, mas a escassez de terrenos vai contribuir para o aumento nos preços”, diz.
Os bairros com mais lançamentos em 2011 foram guia Itaim Bibi e Vila Andrade (próximo à Favela de Paraisópolis, ambos Zona Oeste de SP; e o Cambuci, na região central. Na última década, a Vila Andrade foi o distrito da capital que mais cresceu. A população do bairro aumentou em 72%.
Mas regiões menos valorizadas também aparecem na lista. Na Vila Prudente, Zona Leste, foram construídas 843 unidades. No Campo Limpo, Zona Sul, foram 780 unidades. No Jardim São Luís, na mesma região, foram 628 lançamentos.
Novos Proprietários
O levantamento da Lello revela que entre janeiro e novembro de 2011, 26% dos locatários que deixaram as unidades informaram a compra da casa própria como razão para o cancelamento do contrato de aluguel. Outros 18% entregaram as chaves porque foram morar em outra cidade ou estado e em 15% dos casos o proprietário pediu a unidade de volta.
O levantamento apontou ainda que 10% dos locatários que entregaram as chaves alegaram mudança para um imóvel mais próximo de seus locais de trabalho, 9% alugaram um imóvel maior, 5% foram para imóveis menores e 4% alegaram valor alto do aluguel como motivo para o rompimento do contrato.
Fonte: Rede Bom Dia